sexta-feira, 18 de julho de 2008

Proposta para o Convento de Cristo, Tomar

-Análise e Conservação do Património Classificado-









DESCRIÇÃO DA ZONA DE INTERVENÇÃO

ALÇADO SUDOESTE (ARCADAS GÓTICAS)


O alçado anexo ao Claustro da Lavagem caracteriza-se pelas suas oito janelas conversadeiras que foram acrescentadas posteriormente, fazendo da muralha e daquele espaço uma residência para o Infante D. Henrique.
Existem aqui indícios de antigas paredes e arranques de arcos que já não existem por terem ruído. No piso inferior existem algumas aberturas fruto de escavações arqueológicas. Esta zona apresenta uma alvenaria de pedra miúda, enquanto que o piso superior, de carácter mais nobre, apresenta vestígios de reboco, que com o tempo e com os agentes climatéricos sofreu um grande desgaste, quase desaparecendo. Actualmente a cota do interior é mais alta do que no exterior, no jardim, devido ao movimento de terras ao longo dos tempos.
O nosso conceito foi, tentar organizar os espaços e o passadiço, de modo a que responda a duas das questões que se puseram logo ao inicio, que eram o facto de preservar o existente, não sendo minimamente destruído pela nossa intervenção, e também tentar criar um percurso que consiga oferecer aos visitantes o máximo de visibilidade sobre todos os espaços.Para isso idealiza-mos um percurso a nível superior, ligado a uma porta do convento já existente, mas que actualmente esta transformada numa janela, onde, aqui, o passadiço faz uma espécie de púlpito sobre a intervenção, de modo que o contacto visual do visitante com o a zona em geral seja imediato. Este púlpito segue até à ruína lateral do primeiro arco gótico, aqui e aproveitando a estrutura em pedra existente do arco, o passadiço acompanha o mesmo, existindo o primeiro lanço de escadas. Este lanço vai fazer parte da diferença de cota entre a porta inicial, até à cota da cumeeira dos arcos góticos. Aqui existe um patamar, mesmo em cima do cruzamento da quadra de arcos, o qual pretende-mos que o visitante possa seguir em frente para uma varanda panorâmica sobre o local em geral, ou então que continue o percurso pelas janelas conversadeiras.
No nível inferior, tenta-mos recriar ao máximo o percurso existente, o qual se diz, segundo as escavações arqueológicas, que esta calçada existente, remonta ao tempo dos romanos. Com isto, recria-mos esse mesmo percurso, e também ao mesmo tempo com o passadiço protege esta mesma calçada, da erosão, permitindo na mesma um contacto visual entre a mesma.
A casa do guarda existente, que foi posteriormente construída, aproveitando um dos arcos góticos, irá ser demolida, de modo a que este percurso, continue, e que de acesso, ao claustro triangular adjacente.O passadiço foi rigorosamente desenhado, de modo a tentar danificar o mínimo do existente. Sendo sempre apoiado por pilares e nunca, em qualquer situação, danificar as paredes existentes. É um passadiço simples, funcional e económico.

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